O Festival Meo Marés Vivas irá realizar a sua 14ª edição, entre os dias 14 e 16 de julho do corrente ano, e apesar de ter um dos melhores alinhamentos de sempre, com artistas internacionais como: Elton John, James Bay, Kodaline ou James, e praticamente com um dos dias esgotado, esteve envolvido em polémica e diferentes diferendos, devido à sua alteração de local.
No lançamento da edição de 2016 do festival, em fevereiro, foi logo referido que este iria ter uma nova localização (apesar de se manter no Município de Gaia), saindo da Praia do Cabedelo para o denominado Parque Urbano de S. Paio que aumentaria o seu espaço (indo ao encontro de uma necessidade, em virtude da edição prévia ter esgotado em todos os dias) mas também porque no anterior espaço iriam ser construídos diversos prédios para imobiliário de habitação.
Mais tarde, foram surgindo diversas notícias que mostravam preocupação com o novo local do festival, em virtude deste influenciar negativamente o ecossistema (nomeadamente o animal) próximo do mesmo uma vez que se situa já no Estuário do Douro. O Ministério do Ambiente, após análise, permitiu, no início do mês, a "viabilização da realização do evento", originando-se novas queixas por parte da Quercus e do Movimento Cívico Sos Estuário do Douro que são potenciadas pela interferência direta destas organizações nas equipas dos artistas confirmados até ao momento para o festival e por cortes do Município à Quercus, tal como indicado pelo presidente do Mun. de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues e pelo diretor da promotora Pev Entertainment, Jorge Lopes, a diferentes meios de comunicação.
A decisão do Ministério do Ambiente e o relatório positivo da Comissão de Acompanhamento composta pelas entidades - Agência Portuguesa do Ambiente; Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas e Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia - não é suficiente para o movimento, que já afirmou ter planeadas acções de sensibilização junto de todos os promotores, patrocinadores e artistas e que por isso irá ser alvo de processo judicial do festival.
No meio de tudo, a Quercus também já afirmou que levará o caso a instâncias jurídicas.
Esta semana, como medida apaziguadora, foi anunciado que o festival voltará para a localização dos últimos anos (em 2016), a Praia do Cabedelo, analisando-se depois o que fazer com a sua localização em futuras edições.
Estes pontos, que implicaram um buzz negativo ao festival em alguns meses, poderão afetar a presença do seu público e da captação e continuidade de parceiros e patrocinadores, o que coloca na ordem do dia o cuidado a ter no planeamento e impacto ambiental dos festivais na sociedade, algo que até tem sido promovido de forma mais amiúde nos últimos anos pelos promotores portugueses.