Voluntariado em festivais de música com mais fiscalização

São muitos os anúncios feitos nos últimos anos para recrutar voluntários para trabalhar em festivais de música, e cada vez mais são os jovens (ainda estudantes ou em início de carreira, por norma) que aderem e que oferecem o seu trabalho como sendo uma forma fácil e "gratuita" de estarem presentes nos seus festivais favoritos tendo ainda muitas das vezes refeições pagas, não parece mau negócio certo?

Errado, por duas razões:

a) muitas das vezes os jovens selecionados para este tipo de voluntariado não têm experiência nem maturidade para assumir postos que requerem responsabilidade, e visto que estão a trabalhar gratuitamente e que muitas das vezes o interesse de ser voluntário num festival é somente o acesso gratuito ao mesmo não se dedicam totalmente a esse trabalho - não têm qualquer engagement, o que poderá fazer com que o festival perca qualidade e passe uma imagem errada aos seus festivaleiros por falta de profissionalismo.

b) este tipo de voluntariado pode ser considerado ilegal visto que festivais com fins lucrativos não podem ter voluntários, na atual legislação.

Créditos: Vera Fertuzinho

Relativamente ao segundo ponto, a ACT - Autoridade para as Condições de Trabalho, em declarações à Rádio Renascença deixa o aviso de que "a legislação portuguesa não admite voluntariado em eventos com fins lucrativos, como são os festivais de música. Por isso, não pode existir e se existir, será punido pela ACT", estando por isso a realizar ações de campo, nesta área.

É admitido pela mesma autoridade que por enquanto têm optado por uma postura pedagógica, mas que brevemente os comportamentos incorretos terão que ser alvo de sanções e que ainda não foi possível acompanhar todos os festivais, mas que o objetivo para 2017 é exatamente esse, estar próximo de todos e não só a analisar a questão do voluntariado como também dos falsos recibos verdes.