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Dar música eletrónica, de qualidade, há 12 edições. Entrevista: Paulo Amaral (produtor Neopop)

O Neopop desde sempre se destacou no panorama nacional de festivais, pautando-se por uma comunicação forte e intrusiva que o ajudou a posicionar-se e a ganhar relevo numa categoria de música proporcionada altamente competitiva e que fez com que conseguisse fidelizar um público e fazer dele o alicerce do evento em termos de partilha da verdadeira experiência do festival. Na semana da sua 12ª edição falámos com Paulo Amaral, produtor do festival e uma das peças-chave do mesmo.

APORFEST: São já 12 edições de Neopop. O que pode o público esperar este ano?

Paulo Amaral: São 12 edições onde, ano após ano, tentamos oferecer as melhores condições a um público que se vem mostrando cada vez mais exigente. Isto traduz-se na qualidade e ousadia da programação, apresentando alguns dos nomes mais relevantes da cena electrónica mundial e ao mesmo tempo artistas emergentes de inegável valor e talento, sem nunca descurar a forte componente visual. Este ano não será diferente. Somamos a isto uma área de camping com todas as valências necessárias e uma zona de restauração no interior do recinto com grande variedade de refeições. Este ano organizamos também a exposição “Art of Techno”, no centro da cidade, que mostra o processo criativo da imagem do festival. Depois de Lisboa, Porto ou Barcelona, chega a vez de Viana do Castelo passar por esta experiência até dia 6 de Agosto.

Que atuações ou pontos de programação destacam?

Naturalmente destacamos a presença dos Kraftwerk, os “avós” da música electrónica, mas também nomes como Moderat ou DannyTenaglia. Isto no Neo Stage. Em relação ao Anti Stage apresentamos uma programação focada nas vertentes menos conhecidas da música de dança, onde artistas como Eric Cloutier, P.A.S, Paula Temple ou Zadig, são absolutamente imperdíveis.


A cena eletrónica está hoje totalmente diferente do que quando se iniciaram nesta aventura. Existem mais festivais concorrentes (dentro e fora de Portugal) mas conseguiram cativar e fidelizar público. A que se deve?

Sempre encarámos o facto de que a existência de mais festivais com o mesmo perfil do Neopop constitui um desafio. A partir daí cabe-nos trabalhar todos os anos de forma a superar o que foi feito até então, tanto a nível de programação como de condições de acolhimento do público. Graças a este espírito que todos nós encarnamos, o desafio tem sido claramente ganho.


Ao contrário de algumas produções de festival, a vossa visão é mais aberta e disponível para parcerias mesmo que à primeira vista pareçam concorrenciais. Preferem então uma visão agregadora de trabalho?

Um festival que se queira abrangente, vanguardista e inovador, nunca se pode fechar em si próprio. Com esta perspectiva procuramos abranger uma série de pessoas e entidades que partilham a nossa visão e que possam ajudar-nos a desenvolve-la, em termos musicais, visuais, gráficas, etc.


A vossa relação com o Município de Viana do Castelo é hoje muito forte. Que números em termos de impacto económico e turístico trazem para a cidade?

A última vez que se fez contas falava-se em 4 milhões de euros de impacto direto na economia de Viana do Castelo nos dias do festival. Isto em 2015. Hoje em dia já será mais certamente.

A nível de impacto de dormidas, vai muito além do próprio concelho de Viana, pois atualmente já temos pessoas a marcar hotéis em Caminha, Vila Nova de Cerveira e Ponte de Lima. Os nossos clientes na sua maioria vivem em distritos afastados de Viana do Castelo e para viverem a experiência do festival por inteiro, têm de ficar a dormir na cidade.

Onde chegará o Neopop nos próximos 2-3 anos?

Acho que só o tempo o dirá. A nós cabe-nos a missão de melhorar a cada nova edição, com o olhar no futuro e dois passos à frente de tudo aquilo que se vai fazendo à nossa volta.

De que forma a Aporfest tem sido um apoio?

A Aporfest tem ajudado a estreitar parcerias e formação ao staff. Sabendo nós que temos canal aberto sempre que precisarmos de alguma ajuda.


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