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Voltam as trovas ao Porto Blues Fest. Entrevista: Adalberto Ribeiro (diretor e programador)

Blues, um estilo afro-americano nascido no séc. XIX, foi dos géneros musicais com maior ascensão no panorama dos festivais portugueses em 2017, muito por intermédio de Adalberto Ribeiro, que organiza diferentes festivais e eventos relacionados com este estilo e que sabe assim surpreender audiências e colocar os artistas em atuações únicas, valorizando o mesmo e procurando assim que este seja acessível a vários espectros de público. Ao abrigo do anúncio da 2ª edição do Porto Blues Fest, falámos com o mesmo que é simultaneamente programador e diretor do festival.


APORFEST: Vem aí mais uma edição do Porto Blues Fest? O que podemos esperar?

Adalberto Ribeiro: Podemos esperar mais duas noites de convívio, de festa, à volta dos Blues num ambiente de comunhão entre o público, os artistas e o local. Um dos grandes factores do sucesso deste festival foi o local. Os Jardins do Palácio de Cristal, mais concretamente a Concha Acústica, formam um espaço de rara beleza, para o enquadramento perfeito deste festival.


Qual a evolução do conceito do festival a partir da edição inaugural, em 2017?

Os princípios que nos norteiam na programação/produção do festival são um alinhamento divergente, em que o público pode tomar contacto com os vários estilos de Blues, o desafio que colocamos a músicos que têm uma carreira fora deste estilo a experimentarem o Blues para este festival. No ano passado tivemos o Rui Veloso, nessa vertente, e este ano temos o Pedro Tatanka, com o seu projecto de Blues, a Maria João (a diva do jazz) e o Pedro Abrunhosa. Pretendemos suscitar a curiosidade das pessoas a assistirem a concertos únicos. Com isto temos como objectivo principal a criação de novos públicos para o Blues. É assim primordial termos algumas surpresas que fomentarão a interactividade entre o festival e o público, criando laços de forma a que as pessoas se sintam parte integrante deste evento.


Qual o perfil do público deste festival?

O nosso público caracteriza-se por uma faixa etária acima dos 35 anos e que encontram no PBF uma oferta cultural diferente. Verificamos, ainda, que famílias inteiras escolheram o Porto Blues Fest, em 2017, para um fim de semana de partilha e fomentação cultural, aproveitando a nossa Praça da Alimentação para jantar, visitando a nossa exposição de Cigar Box Guitars e descansar na área de Lounge. É isso que queremos propor novamente para estas pessoas. O Porto Blues Fest é um Friendly Family Fest.


Como vê a aceitação do estilo BLUES, para público, parceiros e cobertura media partners, em Portugal no formato festival?

A indústria dos Blues está a dar os primeiros passos em Portugal com o aparecimento, por todo o país, de vários festivais, o que prova que existe público para este género de música. O Blues precisa muito do apoio dos media para aumentar a sua notoriedade, para que se possa apresentar ao seu público de modo a que os parceiros olhem para estes eventos como uma forma de comunicarem as suas marcas, aproveitando as características do público, aumentando a proximidade deste às marcas

É um trabalho que já está a ser feito, do qual, vocês, APORFEST, são um exemplo, mas ainda temos um caminho longo a percorrer para que as marcas descubram o Blues e o potencial do seu público. O apoio institucional das Câmaras Municipais é um factor muito importante no acelerar deste processo. Para o Porto Blues Fest o apoio e o entusiasmo com que o Município do Porto, através da Porto Lazer, abraçou este projecto foi fulcral para o nascimento deste festival e vai assim permitir a sedimentação do Porto Blues Fest como uma marca de sucesso e que se torne apetecível para as marcas, permitindo, assim, investimentos maiores em programação e no conforto que proporcionamos a quem nos visita, numa perspectiva de crescimento sustentado. Estas parcerias publico/privadas são essenciais ao sucesso de qualquer festival e no caso do Blues permitem ainda a formação de novos públicos e uma oferta cultural variada.


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Sente a área dos festivais de música em Portugal como uma indústria madura atualmente? Porquê?

Sim, a prova está nos inúmeros festivais, de sucesso, que acontecem em Portugal e que já conquistaram o seu lugar na Europa dos festivais, tornando-se factores importantes na promoção do nosso país no exterior, atraindo novos públicos e potenciando o turismo cultural como forma de desenvolvimento económico/social abrindo portas a novas formas de negócio que estão subjacentes a este tipo de eventos.

Outro fator é o facto de Portugal ter profissionais e uma massa crítica forte que sabe o que quer e que exige o melhor, o que obriga os privados a terem estruturas altamente profissionalizadas para poderem responder a estas exigências, proporcionado ao público eventos de grande qualidade quer em termos de programação quer em termos de conforto a quem os visita.

De que forma a APORFEST e os seus principais eventos - Talkfest e Iberian Festival Awards - podem ser um suporte de desenvolvimento do festival?

Sobretudo pela oportunidade que proporcionam, aos privados, em termos de formação e de troca de experiências e ainda no aumento da notoriedade e da visibilidade ao que de melhor se faz em Portugal nesta área. É isso que pretendemos enquanto Porto Blues Fest que se faz através da parceria de quatro empresas do Norte: a Trovas Soltas, a Dédé Música, o Hot Five e a In Rock We Trust com a Porto Lazer.


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