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O que é o Itinerâncias Lusófonas? Entrevista: Anabela Cunha (produtora)

Ocorrem as primeiras edições do Festival Itinerâncias Lusófonas já este fim-de-semana em Lisboa e Porto. São edições experimentais que serão precursoras de um caminho que envolverá todos os países de língua oficial portuguesa e as comunidades emigrantes a curto-médio prazo. Falámos com Anabela Cunha, uma das produtoras do evento, para percebermos melhor o conceito.

APORFEST: O que é e em que consiste o festival Intinerâncias Lusófonas?

Anabela Cunha: O Festival Internacional Itinerante de Indústrias Criativas de países e regiões que também falam Português - Itinerâncias Lusófonas - propõe um encontro entre artistas de 10 países atuando em 10 indústrias criativas. O objetivo será estreitar relações artísticas, potencializar novas parcerias, valorizar a historia e apontar novas possibilidades para formar um público consumidor da produção artística destes países. O Itinerâncias Lusófonas que em breve ganhará novo nome através de concurso internacional – será um festival de indústrias criativas itinerante de dimensão global, com foco nos novos talentos e parcerias internacionais que reunirá projetos já existentes, sustentabilidade, economia de recursos e responsabilidade social. Resumindo: 10 industrias criativas = 10 países = 5 continentes.


Onde se realizarão as primeiras edições e que conteúdos programáticos estas terão?

O evento terá as suas primeiras edições no próximo fim-de-semana em Lisboa e Porto. Em Lisboa, atuará a banda brasileira Silibrina na 6ªfeira, dia 6 de julho, no Espaço Espelho d'Água e que se distingue por uma musicalidade Jazz capaz de servir a melhor sonoridade a diferentes tipos de público e com uma grande legião de seguidores no seu país de origem, explora a música brasileira com o jazz trazendo para o palco uma performance cheia de brasilidade e improvisação. Imperdível! O septeto criado por Gabriel Nóbrega, que além de ser pianista também assina as composições e arranjos para a banda, conta também com a participação de Ricardinho Paraíso no baixo, Jabes Felipe na bateria Gileno Foinquinos na guitarra, Wagner Barbosa no saxofone, Reynaldo Izeppi no trompete e Matheus Prado na percussão.


Na 6ªfeira e sábado existirão também concertos na Esplanada da Casa da Música no Porto, primeiro com os Dear Telephone, formados em 2010 e que reúnem Graciela Coelho, André Simão, Ricardo Cibrão e Pedro Oliveira. Inspiram-se no nome da curta-metragem de Peter Greenaway “Dear Phone” – 1976, para deixar expressa a vontade de decantar soap operas e melodramas de bolso em composições duras e frugais. Depois de Taxi Ballad (2012), dedicaram-se à composição de Cut (2017), o segundo álbum apresentado agora pelos palcos nacionais. Este verão têm agenda preenchida, terminando a tour numa atuação no Festival Paredes de Coura. No dia seguinte caberá aos paraenses Combo Cordeiro animar o público, um projeto World Music / Fusão de Felipe e Manoel Cordeiro com beats electrónicos e guitarras em primeiro plano, a dupla explora com versatilidade levadas dançantes como tecnobrega, boi bumbá, carimbó, cumbia e guitarrada. Da vontade de experimentar referências amazónicas com a sonoridade electrónica nasceu uma linguagem particular, que une temas melodiosos, timbres originais, batidas tropicais e concepção visual com projeções ao vivo.

Que diferenças de trabalho e a nível de produção encontram nos vários países Lusófonos? Ou seja, como conseguem equilibrar situações tão distintas como Portugal, Brasil, Guiné ou Timor-Leste?

Com base em São Paulo (Brasil) e Porto (Portugal), a Connecting Dots (empresa organizadora) promove parcerias internacionais e intercâmbio entre agentes culturais dentro das cada vez mais emergentes indústrias criativas;

Estabelece contactos, conexões e parcerias sempre procurando qualidade, entre diferentes países e culturas, colocando-se no lugar de cada interveniente para que evoluam em trabalhos de sucesso. Existirão países com menos possibilidades de investimento financeiro e outros com possibilidade de maior aporte. Esperamos com alguma inteligência e consultoria económica internacional criar oportunidades para que os países mais favorecidos consigam gerar genuinamente esse intercâmbio cultural e integrar os países menos favorecidos economicamente. Cada país deverá participar e colaborar com o mínimo de estrutura (auditórios/espaços para espetáculo) e serviços (hotelaria) para receber a cultura proveniente de outros países e alavancar esse investimento externo.


Qual a evolução esperada do festival a curto-médio prazo numa distância de 2-3 anos?

Desde o inicio deste projeto temos tido o cuidado e intuito de envolver as instituições e os participantes que já atuam e tem experiência nestes mercados de regiões e países que também falam Português. Ao longo do processo de criação deste festival também fomos tendo conhecimento de vários atuantes do setor privado que já executam projetos relevantes.

Praticamente todos com quem falamos concordam e apoiam a criação de um projeto global ("género umbrella") que aproveite o que se faz bem feito, traga apoios financeiros relevantes de industrias fundamentais nos diversos setores criativos e traga uma nova geração de consumidores e público ao agregar e focar em novas tendências e parcerias artísticas internacionais em que todos os intervenientes sintam uma sinergia win-win.

Algumas destas relações agregarão, outras desistirão pelo caminho, outros sofrerão mudanças internas e estruturais e o nosso trabalho aqui como coordenadores internacionais será o de gerir as forças interessantes para que este trabalho tenha longevidade e não seja dependente de nenhuma pessoa ou estrutura de forma a que cresça e caminhe por si com o input e participação de todos os intervenientes. A nosso ver a cultura deve ser cuidada como um “produto”, deverá gerar recursos e economia, pode e deve ser um fator fundamental na educação. Necessitamos tornar estes pontos evidentes, mostrando que isso já acontece de forma orgânica e trabalhar o processo e conteúdopara que se torne visível e autonomamente sustentável bem como gerador de novos recursos.

Em que mercados acham que o vosso festival ganhará mais importância?

Portugal, Brasil, Macau, Angola, Moçambique com quem tivemos até agora maior contato e sabemos do interesse em colaborar e investir. Logicamente por consequência e trabalho posterior outros países acabarão por integrar esta lista – esperemos que sejam estes : Cabo Verde, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor. Sabemos que é muito cedo mas temos tido solicitações para levarmos em 2019 este projeto para outras cidades, e para países com cidades que tem grandes comunidades de pessoas que também falam português – e.g. EUA, Holanda.

De que forma a APORFEST e os eventos profissionais Talkfest e Iberian Festival Awards podem ser importantes para a alavancagem do festival?

A APORFEST com a expertise e experiência nacional e internacional que aporta, atua como elemento facilitador e agregador de várias áreas relevantes para o nosso festival. Tanto o Talkfest como o Iberian Festival Awardsirão permitir uma visibilidade e contato acrescidos com parceiros, com benefícios imediatos e a médio/longo prazo.

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