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Festivais e Social Media - a proximidade através do digital

No curso dos últimos anos, temos assistido a um aumento significativo da utilização das redes sociais como meios de comunicação e a uma reestruturação de relevância de consumo dos meios de comunicação social.

Com a possibilidade de criação de perfis em segundos e acesso através de qualquer smart phone, as redes sociais são uma realidade mais presente que nunca na atualidade.


Talvez como consequência da situação pandémica, talvez como curso natural dos hábitos de consumo de conteúdo à escala global, ou até mesmo um pouco de ambos, a realidade de convivência e proximidade online é cada vez mais normalizada e compreendida. A facilidade de acesso, que leva à fácil partilha e comunicação de conteúdo, são fatores que colocaram à disposição dos festivais um leque de oportunidades de contacto "direto" com a sua demografia e segmento alvo.

Assistimos, com maior força, desde o início da década de 2010's a uma alteração generalizada dos comportamentos dos consumidores e dos seus hábitos de consumo. Não tirando a relevância aos meios de comunicação social, as redes sociais e as plataformas de streaming (música, filmes, documentários, notícias, etc) vieram apresentar alternativas viáveis, mais democratizadas e bastante diretas de contacto com os consumidores. Esta alteração de paradigma permite que conteúdo relevante possa ser publicado nas redes sociais, como o Instagram ou o Tik Tok (escala global), e atinja um número igual ou superior de pessoas em comparação ao alcance das rádios e televisões (na sua maioria escala nacional).

Eis alguns quadros acerca do consumo e presença de cidadãos do Reino Unido em redes sociais.



Quando utilizadas da melhor forma, estas ferramentas de comunicação podem ser excelentes canais para alcançar fãs de música e festivais. Posts colaborativos com artistas, conteúdo de backstage/behind the scenes, clips de atuações, fotos de reações do público... Apenas alguns dos exemplos de conteúdo partilhado em redes sociais que gera interesse e torna festivais mais atrativos e apelativos. Vender a experiência única dos festivais acaba por ser cada vez mais fácil através destes meios.


Se a democratização dos meios de comunicação, através da utilização das redes sociais beneficiou os festivais, dando-lhes a possibilidade de partilha de conteúdos próprios com o seu público, elevou ainda mais a interligação entre público - promotor. Cada vez que um fã, artistas, marca, meio de comunicação social partilhe ou faça posts acerca de festivais que frequentam, os festivais ganham um alcance orgânico vasto. Com a possibilidade de partilhar conteúdos postados por outras pessoas, os festivais beneficiam sempre que o seu público partilhe os seus conteúdos. O mais comum acontece com posts e atividades de promoção/ativação como giveaways ou concursos que envolvam os fãs no festival que pretendem frequentar. A possibilidade de receber entradas, vencendo um giveaway em que as condições sejam, por exemplo, seguir a página do festival, taggar pessoas com que o fã gostaria de partilhar a experiência e partilhar nas redes próprias o post feito pelo festival, são incentivos e fontes de engagement que resultam numa forma excelente de promoção gratuita do evento. Num simples exemplo, em que um festival tenha 10 mil seguidores e cada seguidor tenha uma média de 200 visualizações por post, representa um possível alcance de 2 milhões de pessoas, caso todos os seguidores partilhem conteúdos do festival ao longo do período de divulgação e relevância da edição a realizar.


Podemos olhar para alguns eventos no nosso país e pelo mundo que conseguem dinamizar estratégias de marketing digital e redes sociais que demonstram os pontos discutidos anteriormente.

Festivais como o NOS Alive, que partilham imenso conteúdo de highlights das suas edições anteriores, mantendo uma coesão e coerência gráfica e na linguagem utilizada para atingir o seu público alvo; o Vodafone Paredes de Coura, que constrói toda uma temática à volta do conceito do festival e cria ligações entre referências ao local onde se realiza (outdoor, perto da ribeira, com imensos espaços verdes) e o conteúdo que apresenta (música e concertos em diversos formatos) levam a ligações temáticas como "Habitat natural da música", "ecossistema dos sons" e toda uma imagética e conceito a aplicar na comunicação. Festivais como o Bons Sons, o FMM Sines, o Festival MED, o Vai-m'à Banda, entre outros, que dão ênfase à sua envolvência com a comunidade local e promoção do local onde se realizam, são também exemplo de festivais com estratégias apelativas e bons conceitos de comunicação em canais digitais próprios.

Pelo mundo temos exemplos como o Coachella, o Tomorrowland, o Primavera Sound, entre outros, que conseguem dar destaque aos seus eventos através das suas redes sociais. Seja através da partilha de conteúdo mais orientado para lifestyle e consumer experience; conteúdo dedicado a fãs devotos de determinado estilo musical ou para a interligação de estilos musicais e partilha cultural, através de eventos diversificados, conseguem abranger na sua comunicação digital um pouco de tudo.

Observando estes exemplos, podemos fazer um balanço de que uma boa utilização e total aproveitamento das ferramentas à disposição nas plataformas digitais e redes sociais podem levar a um crescimento do alcance dos festivais, uma continuidade na relevância e novas formas de atingir os fãs e consumidores do mercado dos festivais.

Quando bem implementadas, as estratégias de marketing digital e redes sociais podem ser uma mais valia que acresce valor e credibilidade aos festivais e eventos culturais.

Fazendo esta avaliação podemos também concluir que se caminha cada vez mais na direção da utilização de meios próprios como canais de comunicação primários e com cada vez mais destaque. Podemos considerar que esta democratização dos meios de comunicação é e será uma ferramenta que poderá ser facilitadora ou proporcione oportunidades de relevância e destaque a festivais que, apesar de serem de dimensão um pouco mais pequena, possuam criatividade e boas ideias no que toca à dinamização de redes sociais e divulgação da sua marca em canais próprios.


Numa nota pessoal, sugiro a leitura do artigo The role and importance of social media in promoting music festivals, escrito por Sonja Zlatanov em 2015, Mesmo sendo um artigo com quase 10 anos, mostra como a relevância das redes sociais já se vem a acentuar à vários anos.


Referências bibliográficas:

Learn how European music festivals use social media effectively (2018) Ticketbooth. Available at: https://www.ticketbooth.eu/ticketing/blog/glastonbury-tomorrowland-sziget-more-how-top-european-music-festivals-use-social-media/ (Accessed: May 8, 2023).

Malivuk, M. and Malivuk, A.T.A.M. (2020) 6 Music Festivals with seriously enviable social media, Intellitix. Available at: https://intellitix.com/hub/6-music-festivals-enviable-social-media/ (Accessed: May 8, 2023).

Palka, K. (2023) 5 ideas for promoting a music festival online and on Social Media, Información sobre marketing digital - promociones, concursos, sorteos y juegos. Available at: https://www.easypromosapp.com/blog/en/5-ideas-for-promoting-a-music-festival/ (Accessed: May 8, 2023).

Simplilearn (2019) How social media has changed the Music Festival Scene, Simplilearn.com. Simplilearn. Available at: https://www.simplilearn.com/how-social-media-changed-music-festival-scene-article (Accessed: May 8, 2023).

Social Media's impact on music festivals (no date) blu. Available at: https://www.blu-digital.co.uk/blog/social-media-s-impact-on-music-festivals (Accessed: May 8, 2023).

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