Vai já para a 7ª edição, o TRC ZigurFest, com a melhor música alternativa a invadir vários espaços da cidade de Lamego. O que começou com um desafio representa hoje 25 atuações, de onde se destacam, Stone Dead, Nice Weather for Ducks e Pega Monstro. Falámos com o diretor, Afonso Lima.
APORFEST: São já 7 edições do TRC Zigur Fest. Como foi chegar a esta fase? Sentem-se em que patamar evolutivo?
Afonso Lima: O caminho tem sido sobretudo gratificante ao chegar à sétima edição e sentir reconhecimento de público, artistas, mas sobretudo da comunidade local. Sentimos reconhecimento quanto ao trabalho de divulgação dos “talentos por descobrir” na música portuguesa e quanto ao estabelecimento de novas pontes no acesso à cultura, nomeadamente em Lamego. Tudo isto torna-se ainda mais especial para nós, tendo em conta que começou com um sonho adolescente de que existisse um festival de música e cultura em Lamego. Desde o desafio feito pela direção do Teatro Ribeiro Conceição para a realização da primeira edição do TRC ZigurFest até a esta 7ª edição temos crescido de forma continua e sustentável. Atualmente sinto que estamos a começar um novo ciclo na evolução do TRC ZigurFest, nomeadamente na expansão e na afirmação do seu papel de intervenção na cidade. Temos, pela frente, novos desafios que não existiam há 7 anos atrás e uma vontade inerente de querer arriscar sempre mais. 2. Que novidades podemos ter para o festival em 2017? Como sempre a principal novidade está na nossa programação: temos um cartaz de concertos com artistas que consideramos serem emergentes no panorama nacional (e o tempo tem-nos dado razão). Adicionalmente, este ano, a inquietude levou-nos a assumir a expansão do TRC ZigurFest para outros espaços da cidade de Lamego, como a Alameda do Castelo. Começamos mais cedo, com concertos íntimos em espaços emblemáticos da cidade como a pequena, mas belíssima, Capela do Desterro ou o Museu de Lamego, que este ano celebra 100 anos. Reforçamos também o nosso lado de intervenção artística no âmbito da ZONA. Por um lado, mantivemos as residências artísticas na Casa do Artista da Porta dos Figos, por outro, estendemos a iniciativa pela cidade com um novo projeto de instalações sonoras que estará presente em vários monumentos. 3. Claramente que o nome de Lamego fica no mapa dos festivais graças ao vosso evento. Como é a relação com o município e como cresceu ao longo dos tempos? A relação tem evoluído de forma bastante positiva. Desde que começou, o TRC ZigurFest foi continuadamente conquistando o apoio e carinho do município, nomeadamente na pessoa do Sr. Presidente da Câmara. Também, mesmo por parte dos funcionários da CML, que nos dão apoio técnico e logístico, sentimos que têm vindo a acarinhar e compreender melhor o nosso papel e o do próprio festival. Sentimos que continua a haver espaço para esta relação poder evoluir e aprofundar-se, no sentido de podermos fazer mais e melhor pela cidade de Lamego.
Com o tema da Segurança na atualidade, que procedimentos fizeram de forma a garantir a proteção máxima ao vosso público? A segurança é um ponto com o qual sempre tivemos bastante atenção e por isso confiamos em quem realmente está preparado para isso. Nesse sentido, o município de Lamego tem a atenção de coordenar, desde sempre, com a Polícia de Segurança Pública a segurança do TRC ZigurFest e das demais festividades em Lamego. No nosso caso em concreto, também fazemos por estabelecer uma comunicação atempada com a PSP no sentido de coordenarmos a vigilância do mesmo. Atrevo-me a dizer que o TRC ZigurFest é visto mesmo pelos agentes da PSP como um evento “com bom ambiente e público tranquilo”. Como combatem a existência de vários festivais (de música e não só) de entrada gratuita próximos do vosso? Isso prejudica-vos? A gratuitidade dos eventos é um dos vetores de concorrência, contudo não entendemos que seja o mais relevante no nosso caso. O bilhete geral tem um preço bastante acessível e muitos dos concertos são entrada livre. O nosso posicionamento é essencialmente caraterizado pela diferenciação de oferecer uma experiência única de viver a cidade através da cultura. Conseguimo-lo com uma programação de autor extremamente cuidada, focada nos “talentos por descobrir” na música e portuguesa, palcos e espaços de cultura inusitados e, com o envolvimento que só a cidade de Lamego e as suas gentes conseguem transmitir.
De que forma a Aporfest poderá ser um suporte ao vosso crescimento futuro? Essencialmente, penso que a Aporfest pode ser suporte no crescimento do nosso festival, assim como de qualquer outro, desempenhando o papel que se espera de qualquer associação sectorial: ser promotor da relevância e importância do sector junto do decisor político; ser facilitador de contactos e de informação relevante para e entre os profissionais do sector. No nosso caso em específico, o apoio na divulgação e acesso a profissionais experientes do sector (e serviços de suporte a festivais) que nos possam ajudar a ter condições para conseguirmos afirmar o TRC ZigurFest como um evento-marca da cidade de Lamego.
!doctype