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O mundo chega e parte ao "Sou Quarteira". Entrevista: Miguel Jacinto (vice-presidente)

É em Quarteira que, muitas vezes se associa apenas a praia, se está a assistir a um movimento urbano potenciado e aproveitado pelo dinamismo de vários jovens como Dino D'Santiago e que pretende dar a conhecer os valores dos jovens da cidade e que estão presentes em diversas empresas globais como a Marvel (EUA) ou o Chelsea Football Club (UK). Do surf, da fotografia à música são vários exemplos que têm agora um reconhecimento justo e uma nova porta para se darem a conhecer. Chega o "Sou Quarteira", com um 2º acto a 27 de julho, que se transformará num festival a curto prazo. Falámos com um dos responsáveis, Miguel Jacinto, o atual vice-presidente da associação que está por detrás do conceito.

APORFEST: O que é o projeto "Sou Quarteira"? Como surgiu esta ideia?

Miguel Jacinto: A ideia nasceu numa conversa entre dois Quarteirenses, o Dino d’Santiago e eu, em conjunto com a Naomi Guerreiro e a Inês Oliveira e da vontade de se criar um novo diálogo sobre Quarteira como a finalidade de dinamizar a cidade, criar infra-estruturas e novas oportunidades para as futuras gerações. Organizado pela Associação Beyond, o Sou Quarteira procura a longo termo ter um impacto positivo na cidade tanto a nível social, cultural como económico. Com objetivos claros este projeto foca-se em três ações principais. Primeiramente, trazer o mundo a Quarteira. Com o festival, o Sou Quarteira será palco para novas sinergias entre locais e turistas. Uma experiência nova da cidade que reflete o seu espírito multi-cultural, criativo e contemporâneo. Este ano, uma noite gratuita de concertos, que apresenta o artista local Sacik Brown e convida Carlão e Branko, impulsionadores da cultura urbana em Portugal. Em segundo, levar Quarteira ao Mundo. Com a criação de uma série de peças que revelam o que realmente faz de Quarteira um lugar especial: a sua riqueza multi-cultural e a sua diversidade - dos habitantes, as comunidades, aos bairros, as ruas, as culturas emergentes... Este ano, com a realização de um documentário e uma campanha de Retratos de Quarteira que celebram as histórias e o trabalho notável realizado pelos habitantes residentes na cidade, no país e no Mundo. E finalmente criar um mundo de oportunidades para Quarteira com a criação de uma plataforma de apoio, networking e programas de mentoria para as futuras gerações da cidade. Uma iniciativa que mobiliza Quarteira enquanto incubadora de talento e que inspira as futuras gerações a seguir seus sonhos. Este ano, o Sou Quarteira integra jovens locais na equipa de produção do evento e do documentário, formando-os e acompanhando-os profissionalmente.


Apenas serão reconhecidas personalidades que elevam o nome de Quarteira no exterior? E quem nunca saiu da cidade?

Um dos valores fundamentais do Sou Quarteira é respeitar e promover a diversidade na cidade. Com o Documentário e os Retratos de Quarteira damos voz a todos os indivíduos que elevam o nome da cidade. Desde os que viajaram na procura dos sonhos, aos que ficaram e dão vida à cidade, e até aos que a cidade adotou. Trata-se de uma série de retratos e testemunhos de indivíduos influentes em diversas áreas: política, arte, música, desporto, empreendedorismo, investigação, etc. Histórias que nos mostram o impacto que a cidade tem e como esta molda identidades. Histórias que refletem o coração da cidade.

Já existiu um momento inicial no último fim de ano e agora um concerto onde apresentarão o teaser do documentário. Que momentos se seguirão?

O concerto do final de ano foi a primeira colaboração entre membros da Associação Beyond com o Município de Loulé. Fruto dessa colaboração surgiu a oportunidade de se criar o Sou Quarteira. O festival no dia 27 de Julho marca o ponto de partida do Sou Quarteira e conta também com a apresentação do documentário e de uma série de retratos da cidade. Os próximos momentos para o Sou Quarteira vão sempre depender do diálogo com os locais e as organizações sociais que estão no terreno todos os dias. É importante para nós co-criamos e definirmos a próximas iniciativas com o contexto local. Mas haverá certamente uma projeção pública do documentário e atividades de mentoria para as futuras gerações.


A vossa ideia é criar um festival com uma periodicidade anual?

Para já o Sou Quarteira é um movimento social que inclui a realização de um festival anual, mas estamos ainda a definir o seu modelo e formato. A finalidade é criar uma experiência única e diferente e o mais importante para nós é constantemente repensar e desafiar o próprio conceito de festival.


Qual o apoio dado pelo Município de Loulé, claramente focalizado na fomentação de cultura?

O Município de Loulé é o parceiro do Sou Quarteira desde a origem do projeto. Esta é uma parceria baseada em cooperação e colaboração com uma visão partilhada e objetivos comuns. Uma dinâmica que visa a fomentação cultural, social e económica para Quarteira e que permite que consigamos coisas que sozinhos não conseguiríamos.


Que pretendem que fique de legado com este projeto a quem cresce e estuda na cidade e tem um dia de tomar a decisão "ficar ou partir"?

Queremos que hajam novos palcos, infra-estruturas e ferramentas para que as futuras gerações possam seguir o seus sonhos. Queremos com o Sou Quarteira desencadear uma vaga de iniciativas, de confiança e de orgulho na cidade. Este é o impacto que queremos ter e já começamos a ver isso acontecer, como por exemplo com as palavra do artista local Sacik Brow que quando comenta o outdoor do festival no Facebook diz: “Isto está mesmo ao lado da escola onde eu comecei a escrever as minhas primeiras rimas, e foi nesta escola que a maior parte das professoras diziam que a música nunca me iria levar a lado nenhum, quando descobriram que nos meus cadernos eu tinha mais músicas do que a matéria que elas ensinavam!!! Hoje gostava de poder olhar os seus rostos e dizer que já naquela altura eu sabia que um dia isto ia dar certo!!!”. Não queremos de forma alguma condicionar a decisão de partir ou de ficar, acreditamos que cada indivíduo tem a sua história, o seu percurso. Independentemente dessa decisão, acreditamos que o mais importante é retribuir à cidade que nos abraçou, nos formou e nos moldou.


De que forma a APORFEST e os seus eventos profissionais Talkfest e Iberian Festival Awards poderão ser essenciais para o desenvolvimento do projeto?

Este é o ano Zero do Sou Quarteira, temos uma equipa jovem, multidisciplinar e com ambições fortes. Faz parte do nossos planos iniciar diálogos, colaborações e programas de parcerias com instituições em diferentes áreas para o desenvolvimento do projeto. A Aporfest é para nós uma relação importante e temos todo o interesse em participar e contribuir no futuro para a programação dos eventos Talkfest e Iberian Festival Awards.

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