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Tempos de Pandemia - MEO Monte Verde, um dos festivais referência do Verão. Entrevista: Jacinto Fran

O Festival MEO Monte Verde, com oitava edição marcada de 6 a 8 de agosto (Ribeira Grande, Açores) tem como objetivo primordial trazer artistas que seriam impensáveis para um festival a decorrer nas ilhas. Graças ao constante apoio institucional por parte da Câmara Municipal de Ribeira Grande, o festival foi crescendo, tendo nesta edição, pela primeira vez, a entidade MEO como naming sponsor (uma das maiores marcas de telecomunicações a nível nacional). O cartaz ainda não está fechado, mas o festival contará com artistas como Xutos e Pontapés, Nenny e DJ Vibe. Entrevistámos Jacinto Franco, diretor executivo do festival, para perceber também o planeamento do mesmo perante a atualidade.


Como se estão a preparar, defender e organizar perante a atualidade causada pelo Covid-19?

Tendo em conta toda esta situação pela qual estamos a passar, a primeira medida que estamos a adotar é aderir ao lay-off da empresa que é vital para a sustentabilidade e para a viabilidade da mesma. Estamos também em contacto permanente com os nossos parceiros, quer privados, quer públicos, no sentido de arranjarmos alternativas de datas para os vários eventos produzidos por nós e que iam acontecer agora e no início do verão, tentando o seu adiamento para uma fase posterior. Nesta altura e tendo em conta toda a incerteza daquilo que será o futuro na área do entretenimento, estamos a tomar todas as medidas lógicas e possíveis que passam por poupar ao máximo e desinvestir radicalmente nos orçamentos inicialmente previstos, inclusive certos eventos de três dias poderão vir a passar apenas para dois ou mesmo para um dia. Artistas internacionais que inicialmente viriam, provavelmente já não vêm ou vêm em menor quantidade caso na altura o tráfego aéreo já permita a sua vinda. Resumidamente, são estas as medidas que estamos a adotar, fazendo cortes naquilo que pudermos mas fazendo um esforço ainda maior para que os eventos se realizem noutras datas. É vital para a empresa que três ou quatro produções por ano aconteçam, de forma a garantirmos a nossa sustentabilidade e para que possamos manter a nossa marca/imagem e agradar as pessoas porque também acreditamos que quando tudo isto passar, elas vão estar sedentas de boa disposição, alegria e boa música e isso é o mais importante para nós porque vivemos à custa da alegria das outras pessoas e não podemos parar.


APORFEST: Com 8 edições decorridas e são hoje um dos eventos de referência do arquipélago dos Açores. Como foi o vosso crescimento ao longo dos anos?

Jacinto Franco: O Monte Verde Festival, agora MEO Monte Verde, surgiu em 2012 numa altura em que ocorriam festivais de verão um pouco por todas as ilhas do arquipélago, excepto em São Miguel. Este projeto tornou-se rapidamente no principal festival de verão da ilha e em poucos anos já se afirmou como o maior festival açoriano. Ao longo das várias edições temos tido a preocupação de trazer ao nosso arquipélago artistas que muitos considerariam impossível há alguns anos atrás e em termos logísticos temos marcado a diferença com inovações como o sistema cashless e os carregamentos de pulseiras online. Todo este crescimento exponencial foi fruto de um processo natural onde a fasquia foi sendo elevada ano após ano muito pela exigência do nosso público que já coloca no MEO Monte Verde uma alta expectativa em relação ao cartaz e às condições que oferecemos aos nossos festivaleiros.


Como foram realizando as parcerias institucionais e privadas e como foram as evoluindo?

O MEO Monte Verde contou desde da primeira edição com o apoio da Câmara Municipal da Ribeira Grande, um parceiro fundamental para que este projeto se pudesse tornar no que é hoje e uma parceria que tem vindo a ser reforçada ao longo dos anos tendo em conta a projeção mediática e o impacto económico que o festival tem na cidade. Na edição de 2019 fomos também convidados pelo Turismo de Portugal a participar no programa de apoio "Portuguese Music Festivals" numa relação que prevemos ser de sucesso no futuro e que demonstra o impacto que o evento tem tido no turismo local. As parcerias privadas foram evoluindo lado a lado com o festival. Desde das primeiras edições que temos contado com o apoio de algumas marcas como é o caso da MEO, da Sagres e da Coca-Cola, e dado o crescimento notório do evento, estas parcerias têm vindo a ser reforçadas ao longo das várias edições e as marcas já olham para o MEO Monte Verde como uma oportunidade exclusiva para estarem em contacto direto com o público açoriano, algo que para nós é muito satisfatório e demonstrativo daquilo que pretendemos para o evento como marca.



A caminho da 10ª edição atingem a possibilidade de ter um naming sponsor associado a uma grande marca (MEO) - um caso único de crescimento e empreendedorismo em Portugal. O que nos querem contar deste processo?

Como referi anteriomente, o grupo Altice é um dos principais parceiros do festival desde das primeiras edições. Ao longo dos últimos anos têm vindo a acentuar a sua presença através da marca MEO e Moche e em 2019 contámos com a presença de um administrador do grupo no nosso festival. O feedback foi muito positivo e a partir daí começaram as negociações que culminaram no MEO Monte Verde. Para nós esta parceria traz-nos outra responsabilidade mas abre-nos também muitas outras portas quer em termos de comunicação, quer em termos logísticos. Estar associado a uma das maiores marcas nacionais faz-nos crer que estamos no caminho certo para a sustentabilidade do festival e é para nós um orgulho estarmos presentes num lote tão restrito de eventos que contam com o naming da marca.


Desta forma as expectativas sobre o festival aumentam junto do público. O que pode o público esperar na próxima edição?

Para a 9ª edição do festival o público pode esperar uma aposta contínua nos nomes mais badalados do panorama regional e nacional e a nível internacional pretendemos também continuar a trazer projetos emergentes e projetos reconhecidos mundialmente. A responsabilidade que temos como festival já não nos permite dar um passo atrás no que ao cartaz diz respeito e mesmo tendo em conta as nossas limitações financeiras e geográficas, prometemos continuar a trazer à nossa região aquilo que de melhor se faz por este país e Mundo fora. A variedade de géneros estará, como é habitual, bem patente no nosso cartaz e prometemos ter música para todos os gostos e idades. Neste seguimento já foram anunciadas as primeiras confirmações para 2020 e são elas os Dub Inc, DJ Vibe, Julinho KSD e a Banda do Filme Variações. Ao longo dos próximos meses iremos divulgar o resto do cartaz, mediante a atualidade.


Qual a vossa perspetiva futura com a organização deste festival. Onde pretendem chegar num curto-médio prazo?

Em termos logísticos pretendemos continuar a ser destacados como um festival inovador, consciente a nível ambiental e capaz de oferecer as melhores condições possíveis aos seus festivaleiros. Apesar de já contarmos com um número interessante de estrangeiros presentes no festival, temos também como objetivo aumentar estes números afirmando cada vez mais o evento como um forte complemento cultural a toda a oferta paisagística que a nossa região tem para oferecer. Pretendemos que as pessoas visitem os Açores pela sua beleza e por aquilo que temos para oferecer como programação. Depois de estabelecidos e afirmados como o maior festival dos Açores, pretendemos também continuar a aumentar a notoriedade do evento fora de portas e a levar o nome dos Açores cada vez mais além.


Que outros eventos realizam?

Nós, J&M Eventos, além do MEO Monte Verde, produzimos outros vários eventos ao longo do ano como o Baile de Máscaras Vila Carnaval, a Semana Académica dos Açores, BeAtittude Music Sessions, MOVE Ribeira Grande, São João da Vila e ainda a Green Christmas Party a terminar o ano.


De que forma este apoio irá ajudar no reconhecimento e desenvolvimento de outros festivais que realizam como a Semana Académica dos Açores?

Este apoio será certamente uma mais valia para aquilo que será o futuro da empresa, principalmente através do aumento da rede de contactos que daí advêm, e poderá abrir-nos outras portas perante outros parceiros. A parceria com o MEO aumentará a notoriedade do festival e da empresa, dando-nos uma enorme margem de progressão e permitindo-nos colocar numa posição de destaque numa indústria que se está a tornar cada vez mais competitiva.


A APORFEST foi um parceiro importante até aqui em que aspeto?

A APORFEST tem tido um papel importante como parceiro e tem sido um dos principais responsáveis pelas parcerias que têm surgido no nosso festival. Eventos como o Talkfest têm sido fundamentais para que possamos estar em contacto com potenciais parceiros, para que possamos aprender e desenvolver as nossas competências enquanto produtores de eventos e para que possamos comunicar e divulgar o nosso festival junto do público de Portugal Continental. O vosso trabalho deve ser reconhecido por todo o apoio que têm dado aos produtores de eventos portugueses e esperamos poder continuar com esta parceria durante muitos mais anos.



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