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A Arquitectura comunicativa que venceu e se afirmou nos festivais. Entrevista: Hugo Reis (Fahr 021.3

Os festivais de música têm tido cada vez mais a preocupação de obter uma capacidade de surpreender o seu público e a arte é a melhor forma de o fazer e comunicar até. Várias empresas já têm aplicações consistentes e continuadas em festivais, realçando-se a Fahr 021.3 que em eventos corporativos, de entrada livre ou em festivais como o Super Bock Super Rock e Fusing são um dos projetos com mais visibilidade e projeção internacional. Falámos com o principal responsável do projeto, Hugo Reis.

APORFEST: A Fahr 021.3 é uma empresa com recente atuação no mercado português, na área dos festivais de música, mas já com uma grande experiência noutros mercados. Como se pode caracterizar a sua empresa?

Hugo Reis - FAHR 021.3® é um estúdio criativo e experimental, que (des)foca o seu trabalho entre a Arte e a Arquitetura. A inquietude e a vontade constante de procurar novas soluções, dão origem a uma diversidade de atuações que variam na escala, temporalidade, materiais, cor e manifesto, explorando a fronteira entre disciplinas, FAHR desenvolve intervenções arquitectónicas em diferentes escalas com novos fins imaginativos.

Que diferenças encontra no mercado cultural de Portugal e no exterior?

As diferenças entre o nosso mercado e o mercado internacional não são diferentes na ambição, na vontade nem na qualidade oferecida. A apontar uma diferença diríamos que é uma questão de escala. Portugal tem na sua totalidade o mesmo número populacional que muitas cidades singulares a nível mundial, e por esse motivo tem que se escalar à sua dimensão. Contudo, não vemos isto como um “handy cap" mas como um nicho que se deva assumir palas suas particularidades culturais e sempre que possível demonstrar as mesmas no exterior.


Ganharam recentemente a categoria "Best Service Provider" e muito pela projeto criado no Super Bock Super Rock. Podem explicar um pouco da história desse projeto?

O projecto desenvolvido para o Super Bock Super Rock está diretamente associado à deslocação do mesmo para um espaço urbano, nomeadamente no Parque das Nações, onde a Super Bock e Música no Coração decidiram apostar em algo que pudesse diferenciar a experiência do festival num espaço como este. Diríamos até, que senão fosse esta abertura destas entidades o nosso projecto não teria ganho escala. No que ao projecto diz respeito, trata-se do desenho da cenografia do Palco Super Bock, onde propusemos trabalhar apenas com a luz como suporte de uma ideia de desenho prespéctico e desconcertado em volta do palco, alargando os seus limites sem esconder os equipamentos de que se fazem os concertos. Este trabalho passou por várias fases mas assumiu maior destaque em 2016 com o envolvimento das equipas técnicas de luz, Manuel Antunes e Puro Audio, que em conjunto pudemos apresentar aos músicos, como Massive Attack, Block Party ou Disclosure e outros uma extensão das suas músicas para o público também com a cenografia. Cada concerto assumiu formas sempre diferentes pelas infindáveis adaptações que o cenário oferecia aos técnicos de luz.


Que dividendos têm retirado desse reconhecimento?

Sem dúvida que aquilo que mais nos interessa com este reconhecimento é o reconhecimento, este sim, para quem apostou em nós e para um todo que é o festival. O trabalho em equipa é fundamental, e estes prémios são estímulos para todos os envolvidos continuarem a acreditar naquilo que fazem e gostam de fazer. Essa confiança é se calhar o melhor que daqui retiramos.

Têm já previstos outros projetos associados a festivais de música? O que gostariam de fazer nesta área?

A continuação com o Super Bock Super Rock está um pouco mais sólida e estamos com todas as equipas a tentar evoluir com a frente de palco e a dar apoio na gestão de espaço exterior do recinto também com todas as equipas envolvidas. Gostaríamos de poder trabalhar em conjunto com outros festivais internacionais com esta missão de tentar levar sempre um lado menos formatado daquilo que pode ser um simples recanto num festival. Gostaríamos também de poder participar em festivais artísticos e expor algumas das nossas ideias, no espaço, na procura pela quebra de conceitos predefinidos, ou na busca de algo singular e disruptivo. Porque não desenvolver com uma banda a extensão de um conceito musical para o espaço do espetáculo, quase num acto performativo da música.

De que forma a APORFEST poderá ajudar na implementação do seu projeto?

Vemos na APORFEST a vontade de dar escala aos festivais portugueses e revelar os recantos destas actividades artísticas, o que é muito importante para tentarmos ganhar a escala de que falávamos atrás. É fundamental que a associação saiba generalizar, alargar horizontes e ser “bandeira” de todos e quaisquer festivais, dos mais pequenos aos mais generalistas, por esse motivo, aquilo que a Aporfest pode ajudar a implementar o nosso projecto é continuar a cruzar pessoas, entidades e ideias entre todos os que fazem parte e trabalham direta ou indiretamente com e para os festivais de música


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