Entrevista: O rumo dos festivais portugueses por Dj Satelite
- Ricardo Bramão
- 29 de nov. de 2016
- 2 min de leitura
Falámos esta semana com Dj Satelite. Queríamos escutar a voz de um artista que atua nos nossos festivais em modo individual ou em colaborações com outros artistas (portugueses e de raízes africanas) para assim perceber o sentimento que é tido para com os nossos festivais e como eles se poderão desenvolver a curto-prazo.

Aporfest - Em que festivais e eventos em Portugal já atuou? O que destaca e o que dfierencia o nosso público daquele do qual é oriundo, Angola?
Dj Satelite - Em Portugal já atuei em vários festivais, como por exemplo o FMM Sines, RBMA Culture Clash e o Festival Diversidades. Em relação às diferenças entre o público, para mim o português presta mais atenção ao que se está a passar em cima de palco, enquanto que em Angola não existe essa atenção e só “curtem” o som que está a passar ou a ser potenciados pelas colunas de som.
Como foi a experiência de atuar no conceito inovador RBMA Culture Clash Lisbon?
Cada evento em que atuo é especial para mim porque é uma experiência e um espetáculo que nunca se vai repetir, é sempre diferente, mas o RBMA Culture Clash foi algo que eu não esperava, marcou a minha carreira e vou guardar para sempre na memória. Foi uma competição muito saudável onde cada um teve a oportunidade de levar o seu estilo e tipo de música a palco e em comunhão com quem mais gosta.
Vamos poder contar com a sua presença em Portugal em 2017?
Sim, já tenho algumas datas marcadas para Portugal, que ainda necessitam de ser confirmadas pelo que não posso revelar ainda.
Qual a sua opinião de como está a área dos festivais portugueses na atualidade?
Portugal tem crescido muito no que diz respeito aos festivais de música, para mim está no top como um dos países com melhores festivais. Portugal é um país que tem a sorte de ter um público que está aberto a estilos de música diferentes, em especial à música africana que tem sido muito valorizada em Portugal nos últimos anos, e que teve o seu boom comercial [e às massas] com a escuta dos Buraka Som Sistema. Na minha opinião nos próximos anos a indústria da música em Portugal vai crescer ainda mais, e no caso de festivais de música eletrónica vai brevemente ser possível comparar Portugal a Holanda por exemplo, é este o rumo talvez.
Gosta de se ver mais no papel de produção de música ou de atuação ao vivo?
Gosto das duas coisas, mas tenho um carinho especial por atuar ao vivo, porque enquanto dj passo horas a fio fechado em estúdio (o que também não é mau porque estás focado em ti e ninguém te chateia) mas é nas atuações ao vivo que sentimos o feedback e o carinho do público e isso para mim é o mais importante de tudo e o que me faz sentir que o que faço tem algum valor e faz querer continuar.
O que pode a APORFEST - Associação Portuguesa Festivais Música melhorar pela representatividade dos artistas da diáspora portuguesa nos festivais pelo mundo?
Deverá continuar a aposta nas novas gerações musicais e nos novos artistas, abraçando e divulgando diferentes estilos de música e divulgar os artistas a nível Europeu em festivais e feiras.
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