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Musa Cascais, um dos festivais com maior ligação ao seu público. Entrevista: Paulo Moita (produção)

Um festival com cerne no reggae mas em que os seus valores - como a sustentabilidade ou a transmissão de uma mensagem positiva - o transformam e o ajudam a afirmar-se de edição para edição. Tem um público fiel, mostra evolução ano após ano e por isso decidimos falar com Paulo Moita, um dos elementos mais antigos na sua produção.


Aporfest: Um dos festivais com mais história em Portugal. O Musa Cascais cresceu, afirmou-se e hoje assume-se como a representação de um estilo musical e de um tipo de público. Qual o segredo do vosso sucesso?

Paulo Moita: Acho que não há segredos. O Musa começou por um grupo de colegas de escola que tinham muitas ideias de actividades e projectos e quiseram fazer uma associação, numa altura em que a oferta não era muita. Para juntar dinheiro para legalizar a associação fez-se um concerto com bandas da zona em Carcavelos a que se chamou Festival MUSA, isto há 18 anos atrás. Entretanto já aconteceu muito coisa, entraram muitos pessoas novas, que foram sempre conseguindo arranjar espaço nas suas vidas para conseguir fazer crescer o festival.

Acho que o facto de o festival ser montado por um verdadeiro exército de voluntários é, não o maior segredo, mas o nosso maior capital.


O que destacam da edição de 2016?

A principal inovação é a Beach Party, um espaço no areal da Praia de Carcavelos com Sound Systems, Workshops & Beach Vibes! Foi uma aposta que fizemos em levar o Festival ainda mais para a praia e estamos ansiosos de ver como vai correr. Este ano também é um ano de regressos, como foi o caso da Remada, que voltou depois de um ano de interregno, e foi mais um sucesso, com cerca de 70 participantes a fazerem uma corrida de 4,5 km pelo mar entre a baía de Cascais e a praia de S. Pedro com o objectivo de alertar a população para o problema da poluição dos Oceanos.

Em relação ao festival em si, achamos que continuamos a ter um cartaz de grande nível, que faz parte do circuito mundial do reggae, com clássicos como Max Romeo ou Tanya Stephens mas também como muitos nomes da nova geração como Alborosie, Jesse Royal ou Assassin. Também é muito importante referir a aposta, que existe desde o inicio do festival, em bandas nacionais que estejam a começar a sua carreira, quase sempre sem albuns gravados, e que têm a oportunidade de tocar num palco profissional com todo o material e staff que as bandas consagradas têm.


Fala-se de grandes festivais mas quase nunca vos referem. Faz falta um naming sponsor ou um maior lobby político associado a vocês?

Acho que não há nenhuma resposta definitiva em relação a isso. A verdade é que mesmo com poucos apoios ou visibilidade a nossa comunidade tem vindo sempre a crescer, e a interação que conseguimos criar através das redes sociais permite-nos chegar a um número muito grande de pessoas de uma forma muito pessoal em que é possível mostrar o lado familiar e comunitário do festival.

Não creio que sejam lobbys políticos a resolver este tipo de questões nos festivais. Acho que é uma questão das marcas começarem a perceber que nos festivais é possível associar o nome da sua marca à experiência que o publico tem num festival, quando essa experiência é positiva em termos de lazer, bem estar ou diversão, acho que as marcas podem ter muito a ganhar com isso, muito mais do que com o tipo de campanhas publicitárias que costumas fazer durante o resto do ano.

Acho que no Musa Cascais é possível a uma marca ter criar momentos de intimidade com o publico geral que é único, toda a envolvência do festival, a praia, o verão, os amigos no camping leva a isso. No dia em que hajam mais marcas que queiram abraçar o festival, acho que se pode ganhar muito com isso, mas se não houver continuamos o nosso caminho.


Qual a vossa estratégia para chegarem ao público-alvo? Que ações e ativações são produzidas e pensadas ao longo de um ano?

Como disse anteriormente, a nossa aposta nas redes sociais é muito forte, porque representa um mundo novo na capacidade de comunicar com eficácia.


Que dificuldades sentem no planeamento e execução anual do Musa Cascais?

O principal limite é o orçamental. Gostávamos muito de conseguir implementar todos as ideias que temos, quer a nível de funcionamento do evento, quer a nível visual…temos muitas ideias, mas a maior parte delas são muito caras.

Em termos de comunicação falta a associação above the line mais forte, com uma TV e rádio que estejam de acordo com os nossos parâmetros. Por outro lado, como há soluções tecnológicas cada vez melhores, conseguimos compensar alguma dessa falha.


Qual o papel que a Aporfest tem dado para a melhoria e credibilização/capacitação do vosso festival e dos restantes em Portugal?

A Aporfest é um importante para a defesa dos interesses dos festivais. Além disso, já nos proporcionou a oportunidade de conhecermos outros festivais e as pessoas que produzem os mesmos, o que para nos é importante na troca de conhecimentos e experiências e que tem sido bastante enriquecedor.



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